Igreja de Pinheiro de Coja

A Igreja paroquial de Pinheiro de Coja foi, muito provavelmente, construída antes de 1728, alguns elementos que constituem a sua atual estrutura, mormente « nas bases dos pés direitos do arco cruzeiro » e outros elementos que integram a estrutura do arco baptistério, datarão de princípios do século XVI.
O imóvel constitui-se por três corpos, um correspondente à nave, outro à capela-mor, e o terceiro, ao baptistério, ao acesso ao púlpito e à sacristia. Exibe empenas triangulares e telhado de duas águas.
Na fachada principal, situa-se um janelão de verga curva que permite a iluminação do coro-alto. Nas restantes fachadas, observa-se um corpo adossado que se prolonga por toda a lateral esquerda. Na extremidade oposta, surge a torre sineira. O campanário da igreja detém quatro vãos de arco redondo, de chave ressaltada e, em cada face, uma porta de lintel reto. A estrutura sineira suporta uma cobertura piramidal encimada por uma cruz. A fachada lateral direita contém uma porta de verga reta e uma de verga curva. Na frontaria existem duas pequenas janelas de verga curva. A fachada posterior apresenta alçado cego, atualmente desprovido de qualquer escultura.
No interior, a igreja é constituída por uma nave única que acolhe sobre a entrada principal, o coro-alto. O dispositivo é suportado por duas colunas de pedra que assentam em estrutura circular sustentada por base de pedra, de onde nascem as pias de água benta. O pavimento é revestido com ladrilho cerâmico. O baptistério contém uma pia baptismal e ainda, um Calvário de grandes dimensões que terá vindo de Lisboa já durante o século XX. Datado do século XVIII, mostra uma escultura de Cristo crucificado. O espaço arquitetónico permite a iluminação natural, a cruz está ladeada pela figura da Virgem Maria, caracterizada como Senhora Das Dores e por São João Evangelista.
A nave exibe, nas suas paredes, pinturas representativas dos quadros da Via-sacra. O púlpito de madeira, colocado na parede do lado do Evangelho, possui bacia, mísula e balaústres de madeira.
Os retábulos laterais, datam dos finais do século XVIII e integram mesas de altar. O sacrário ostenta coroamento de contornos curvilíneos. O coroamento dos retábulos apresenta dois enrolamentos, simulando um frontão curvo. O retábulo do lado do Evangelho acolhe, uma escultura da Rainha Santa Isabel datada do século XVIII, de madeira. Colocado próximo deste retábulo, em estrutura própria, localiza-se uma escultura de Nossa Senhora de Fátima, que pelo arcaísmo das proporções, deve corresponder a cronologia antiga, relativamente ao culto de Fátima.
O nicho central do retábulo do lado da Epístola exibe uma escultura de Nossa Senhora da Conceição, do século XVIII, com peanha própria. Na extremidade esquerda deste retábulo, foi colocada uma escultura de Santa Luzia, trata-se de uma escultura de talhe popular, de pedra, provavelmente do século XVI, de estilo gótico.
A capela-mor que possibilita a comunicação com a sacristia, apresenta teto de madeira pintada na cor azul, marcado por faixas vermelhas e brancas e decorado por um medalhão de moldura ornada de flores com a representação de São Paulo. Na parede esquerda do presbitério, assenta um retábulo encimado por uma cruz, onde se colocou uma imagem de roca da Virgem Maria. Na parede oposta, expõem-se uma representação do Sagrado Coração de Jesus, colocada sobre uma mísula de madeira.
O retábulo principal, datado, possivelmente, de finais do século XVII, inclui uma mesa de altar. O sacrário, exibe colunas torcidas e arco de volta perfeita. Sobre o tabernáculo encontra-se a representação, em vulto, de um pelicano. O retábulo integra, ainda, quatro colunas pseudo-salomónicas, que enquadram, do lado esquerdo, uma representação de São Tiago, de pedra, datada do século XVI, de estilo renascentista e que ostenta os símbolos dos peregrinos de Santiago de Compostela. Na extremidade oposta, as referidas colunas enquadram uma imagem de Santo António com o Menino.

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In: DUARTE, Marco Daniel – Tábua: História, Arte e Memória. Tábua, 2009
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